quinta-feira, 18 de março de 2010

Alagoas - Circo sem Animais

São Paulo, 17 de março de 2010

Prezado Deputado

Foi com grande satisfação que as ONGs ambientalistas e de proteção animal brasileiras, congregadas no Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, receberam a notícia de que o Governador alagoano assinou o Projeto de Lei no qual se proíbe a apresentação de animais em circos. Foi um avanço.

Os animais utilizados nos espetáculos circenses são submetidos a intenso sofrimento. Afastados de seus habitats, permanecem em espaços exíguos, com absoluta privação ambiental. Passam fome e sede. Fazem viagens intermináneis, sob imenso desconforto. É comum sofrerem mutilações para se tornarem inofensivos. A exemplo, os chimpanzés têm seus dentes extraídos ou serrados, os grandes felinos perdem suas garras e presas...
Para piorar, esses animais são submetidos a treinamentos constantes e cruéis.
São obrigados a vestir roupas ridículas, que lhes ferem a dignidade...


Conseqüência do processo civilizatório, muitos países já não aceitam a exploração de animais nos circos. Aqui no Brasil, eles já foram proibidos em sete Estados e cinqüenta e nove municípios. Cabe enfatizar que não se pretende acabar com os circos. Que sejam valorizados os circos modernos, que exibem apenas talento humano. O “slogan” da campanha protecionista é VIVA O CIRCO SEM ANIMAIS!

Pelo exposto, vimos aqui pedir o voto lúcido e consciente de V. Excia. para banir de vez os espetáculos onde se escravizam cruelmente os animais, em desrespeito à legislação federal, aos princípios éticos e constitucionais.

Agradecendo, as entidades aqui representadas esperam poder comemorar o alinhamento do estado de Alagoas aos que já lutam por esta causa justa.

Com muita estima e consideração,

Sônia Fonseca
Presidente




Governo assina projeto de Lei que proíbe animais em circos em Alagoas

O governo do Estado assinou, na manhã desta quinta-feira, o projeto de Lei que proíbe a utilização de animais selvagens, domésticos, silvestres, domesticados ou exóticos em espetáculos circences. A Lei é uma reivindicação antiga de Organizações Não Governamentais (ONGs) que lidam com a questão ambiental e prevê punições aos que a descumprirem. Agora, o projeto será encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) para aprovação.
O presidente do Conselho de Curadores do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa), Ismar Gatto, destacou como prioritária a preocupação com os animais hoje para garantir o futuro. “Hoje, uma esperança se abre para essa biologia que nos estruturou para que aqui estivéssemos”, afirmou.
O secretário de Estado do Gabinete Civil, Álvaro Machado, destacou a assinatura do projeto de Lei como um momento histórico e disse que só o tempo vai mostrar o real valor que a lei vai ter. “É uma luta que ainda é de poucos. Ficamos muito felizes com a contribuição que estamos dando. As pessoas precisam saber que o espetáculo, para elas, começa quando as luzes se acendem, mas para os bichos começa quando as luzes se apagam”, falou.
O governador em exercício, José Wanderley Neto, destacou que a iniciativa é importante porque significa a defesa da vida. “Esses problemas jamais serão resolvidos com uma assinatura. É uma tarefa que tem que ser feita junto com toda a sociedade”, destacou

www.neafa.org.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

Apoio ao Dr. Pedro Projeto Gap

São Paulo, 14 de março de 2010

Prezado Dr. Pedro

Em face à sua Carta Aberta ao Presidente Lula, publicada no “O Estado de São Paulo”,ao tempo em que venho firmar meu irrestrito apoio à sua corajosa manifestação, quero expressar repúdio à atual política externa brasileira. Seus desmandos são motivo de perplexidade e vergonha para o povo deste país.
O senhor trouxe a público seu passado político. Parabéns por não silenciar. Diante do que foi revelado eu, que já o admirava pelo trabalho incrível que desenvolve pelos Primatas através do GAP, devo acrescentar agora o orgulho em tê-lo como colega na causa protecionista.

Abraço,

Sônia Fonseca

(Presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal)

Ilmo. Dr. PEDRO YNTERIAN
Presidente do Projeto GAP INTERNACIONAL


“EU SOU UM BANDIDO!”



Não se assustem não. Os chimpanzés, os grandes primatas e o GAP, nada tem a ver com isso. Isto está relacionado com o meu passado cubano. Eu sou um ex–prisioneiro político, que, para o nosso Presidente, são comparáveis aos bandidos que lotam as prisões paulistas, e não teria direito a protestar, nem a fazer greve de fome, como o operário cubano Orlando Zapata, que morreu após 85 dias desse protesto.

Em 1961, eu tinha 20 anos. Desde os 16 lutei contra a Ditadura de Batista e anos depois tive que lutar contra a dos irmãos Castro, amigos fraternos do nosso Presidente. Na prisão de Cabana, dirigida por Che Guevara, passei várias semanas. Presenciei a morte de vários de meus companheiros estudantes, garotos até mais jovens do que eu. Também presenciei a morte do Comandante Humberto Sori Marin, que redigiu a primeira lei de Reforma Agrária quando lutava na Serra Maestra, junto aos irmãos Castro, e depois lutou contra a ditadura implantada por eles. Todos aqueles fuzilados no Paredão da Cabana nunca tiveram um julgamento, um advogado de defesa, nem puderam falar sua verdade. Essa história se repetiu centenas, milhares de vezes. Algum dia essa história terrível e tenebrosa da Cuba Castrista será conhecida.

Eu era Secretário Geral da Federação de Estudantes Católicos de Cuba, com três universidades e dezenas de colégios. Todas universidades e escolas todas foram fechadas e ocupadas pelo regime ditatorial e nunca mais o ensino privado existiu.

Para a Justiça Castrista só opinar contrário ao regime te condena. Se fosse publicada em Cuba, esta carta me levaria à prisão por longos anos. Por isso Orlando Zapata morreu, por querer opinar, falar sua verdade. Isso em Cuba é um privilégio dos irmãos Castro e os que vivem sob sua sombra.

Eu fiz o compromisso de nunca falar de política cubana neste espaço, já que as causas dos grandes primatas e ambientais não têm cor política e precisa do apoio de todos. Porém, estaria traindo a mim mesmo, aos meus companheiros que caíram em 50 anos de luta, e ao meu “país adotivo” - o Brasil - se não falasse o que sinto neste instante, ao ser humilhado duplamente pelo Presidente do meu país, que me condenou sem conhecer-me, sem julgar-me e sem poder defender-me, como os irmãos Castro – assassinos múltiplos – fazem com o seu povo.

Dr. Pedro A Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional
Notícias do GAP 11.03.2010